
Chegando ao destino, ao entrarmos numa avenida deparamos com um senhor idoso, de cabelos brancos, um corpo meio curvado pelo tempo e com uma bengala na mão, no lado direito da faixa de pedestres aguardando a travessia, e mais a frente um guarda de trânsito em sua rotina de vigilância.
Assim que paramos próximo à faixa, o motorista bradou: Era só o que faltava, ter que esperar esse velho atravessar! No mesmo instante, aquela fala saltava muda da minha mente, mas permaneci calado observando o velho, com seus passos lentos apoiados na bengala, a atravessar a fileira de veículos com olhares aflitos, ele parecia como se caminhasse em outra realidade, uma realidade onde o tempo não é problema, onde o tempo era subordinado das pessoas e não comandante.
Quando chegou ao fim do trajeto, o senhor virou vagarosamente o rosto para nós, com um olhar sincero, um sorriso largo e acenou a mão com carisma, como se estivesse agradecendo pelo tempo concebido para sua caminhada até o outro lado da avenida. Porém, não sabia ele, que nós só paramos por causa do guarda...
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